Autarca de Tondela admite constrangimentos em Etars

18.o2.2017

O presidente da Câmara de Tondela, José António Jesus, admitiu que existem constrangimentos ao nível do funcionamento de alguns sistemas de tratamento de águas residuais do concelho, estando essas situações “sinalizadas pelo Município”.

“Alguns equipamentos construídos há duas décadas estão obsoletos para as exigências atuais e outros passaram a servir um maior número de pessoas ou entidades relativamente ao inicialmente previsto”, revelou.

Durante uma conferência de imprensa que visou abordar questões da área ambiental, José António Jesus sublinhou que este é um problema partilhado por outros concelhos do país.

No entanto, garantiu que o Município a que preside não deixará de assumir as suas responsabilidades neste domínio, onde é “necessário continuar a investir”.

De acordo com o autarca, o concelho de Tondela possui atualmente 20 estações elevatórias e 47 estações de tratamento de águas residuais (ETAR). Em 19 destas ETAR – quase todas construídas há cerca de 20 anos – “a descarga não permite obter o licenciamento, o que não significa que não se realizem análises e as demais operações de manutenção”.

Este conjunto de 19 equipamentos, na generalidade de reduzida dimensão e para núcleos populacionais de pequena escala, estão localizados em sete freguesias distintas, o que faz com que “o investimento seja avultado, por ser disperso”.

Aos jornalistas, José António Jesus disse ainda que, para além da escassez de fundos de apoio comunitário, o Município de Tondela debate-se ainda com o facto de o aviso do concurso do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR) não permitir a construção de novas ETAR, desde que não haja aumento da rede que venha a servir, dependendo este tema de decisão e vontade política do governo.

A este programa, o Município de Tondela candidatou oito projetos: emissário e estação elevatória Fial / Caparrosinha e ampliação da ETAR de Caparrosinha (530 mil euros), sistema de abastecimento de água ao domicílio ao Caramulo (106 mil euros), extensão de saneamento ao Caramulo (941 mil euros), estação elevatória Carvalhal/Mouraz e emissário de ligação à ETAR do Couço (112 mil euros), ampliação da ETAR ZIM do Lajedo (597 mil euros), segunda fase de saneamento a Molelinhos (360 mil euros), rede de água a Várzea do Homem (203 mil euros) e rede de saneamento a Valverde (522 mil euros).

Sobre a ETAR de Molelos, equipamento sobre o qual o Bloco de Esquerda solicitou esclarecimentos no final de dezembro de 2016, o autarca apontou que sofreu uma intervenção que “permite retomar o seu normal funcionamento, tendo sido todos positivos os paramentos das análises do passado dia 17 de janeiro, pese o facto de ter alguns problemas em equipamentos danificados”.

José António Jesus aproveitou ainda a ocasião para informar que o Município de Tondela pretende recrutar um engenheiro eletromecânico e três operadores, de forma que se juntem à atual equipa constituída por uma engenheira do Ambiente e quatro assistentes operacionais.

Comments are closed.