Câmara de Viseu aprova orçamento de 103,3 ME para 2020
30.10.2019 |
A Câmara de Viseu aprovou hoje um orçamento de 103,3 milhões de euros para 2020, que é “o maior dos últimos dez anos”, segundo o presidente da autarquia, Almeida Henriques (PSD).
Aprovado com os votos contra dos três vereadores da oposição (PS), o orçamento do município e dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) é de 103,3 milhões de euros, quando o deste ano foi de 89,1 milhões de euros, o que traduz sobretudo o aumento das receitas e despesas de capital.
“O documento renova a aposta naquilo que são os princípios da governação (municipal) e do programa Viseu Primeiro 2017/2021, apostando na educação, na coesão social, na cultura e no desporto, no desenvolvimento económico e ambiente e na mobilidade e ordenamento do território”, disse Almeida Henriques aos jornalistas, no final da reunião.
Segundo o autarca social-democrata, “trata-se de um orçamento muito realista, que tem como principal objetivo a criação de um ecossistema de qualidade de vida”.
Almeida Henriques realçou que “a despesa de capital cresce mais de 12,9 milhões de euros, o que culmina num montante de 44,2 milhões de euros”.
“Para este total concorrem, sobretudo, a aquisição de bens de capital – cuja aposta de 30,4 milhões de euros será aplicada, fundamentalmente, na rede viária do concelho e em diversas instalações do município – e as transferências de capital”, explicou.
O autarca referiu que, nesta última rubrica, “o total de 12,4 milhões de euros irá repartir-se, particularmente, entre o desenvolvimento das freguesias, o apoio às famílias e a realização de contratos-programa com a Viseu Novo SRU (Sociedade de Reabilitação Urbana)”.
O orçamento do próximo ano prevê mais de 86% das Grandes Opções do Plano, com mais de 59,3 milhões de euros para as funções sociais e económicas.
“Deste montante, 53% estão alocados a funções sociais e tal só é possível dada a solidez financeira do município”, frisou.
Almeida Henriques realçou o investimento no Viseu Educa (seis milhões de euros), no Viseu Social (quatro milhões de euros), no ambiente (3,8 milhões de euros) e no Viseu Local, “que tem um impacto mais direto nas freguesias” (8,3 milhões de euros).
De acordo com o autarca, tem também “um forte impacto” no orçamento o apoio ao desporto e à cultura (9,4 milhões de euros) e à mobilidade (12,9 milhões de euros).
“À semelhança dos anos anteriores, também este ano as despesas correntes são inferiores às receitas correntes, o que significa que nós transferimos 12,6 milhões de euros (um aumento de 37,8%) de receitas correntes para despesas de capital”, sublinhou.
Os SMAS vão continuar a privilegiar o investimento em água e saneamento, com um total de quase três milhões de euros destinados à execução de empreitadas e lançamento de novas obras.
Os vereadores do PS consideraram que o documento hoje aprovado “é a prova da incapacidade para concretizar e para dar seguimento a compromissos”.
“Juntam-se todos os adiamentos neste documento”, afirmou o socialista José Pedro Gomes.
No seu entender, “difícil não é prever, difícil é executar”, e “basta analisar as taxas de execução dos últimos anos”.
“Senhor presidente, já não acreditamos”, frisou, acrescentando que o PS fará apreciações mais apuradas na Assembleia Municipal.