Câmara de Viseu contesta encerramento de agência da CGD de Abraveses
10.06.2018 |
A Câmara de Viseu poderá terminar todo o relacionamento comercial com a Caixa Geral de Depósitos (CGD) se esta mantiver a intenção de encerrar a agência de Abraveses, avisou o seu presidente, Almeida Henriques (PSD).
O autarca foi informado, na quinta-feira, da intenção de encerramento de vários balcões, entre os quais o de Abraveses, e decidiu escrever uma carta ao presidente do conselho de administração da CGD.
Se esta decisão se mantiver, “independentemente das boas relações pessoais e institucionais”, será posto fim a “todo o relacionamento comercial da Câmara Municipal de Viseu com o banco, transferindo todas as operações para outras entidades bancárias”, com as quais será dinamizada “uma oferta de proximidade”, refere no documento.
Almeida Henriques lembra que “a agência de Abraveses serve não só os cerca de 10 mil habitantes da freguesia, como permite, na proximidade, servir uma população global de mais de 21 mil habitantes das freguesias vizinhas e do norte do concelho de Viseu”, como Bodiosa, Calde, Campo, Lordosa e Ribafeita.
O antigo secretário de Estado da Economia considera que “a decisão de encerramento desta agência é reveladora de desinteresse pelo desenvolvimento económico e prestação de serviços de qualidade às populações, que deveria ser princípio basilar de um banco de capitais públicos”.
“Aceitando que à CGD deve ser imposto um regime e uma estrutura que seja racional e sustentável, não se compreende um corte cego que leve ao encerramento daquela agência, cuja operação, por certo, assegura níveis positivos de rentabilidade”, refere.
Almeida Henriques admite que a decisão “está, obviamente, na esfera de competências da administração, não competindo ao município qualquer possibilidade de sancionamento”.
“É, no entanto, nossa obrigação pugnar pelo desenvolvimento e coesão do nosso território, pelo que não poderia deixar de formalmente lhe comunicar a nossa discordância com a decisão que trará, obviamente, consequências negativas para a nossa população”, justifica.