Catarina Martins defende em Tondela “um apoio extra” para corporações de bombeiros
20.06.2020 |
A coordenadora nacional do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, defendeu hoje, em Tondela, “um apoio extra” para as corporações de bombeiros, para que consigam responder aos desafios da covid-19 e dos incêndios florestais.
“Vai ser preciso um apoio extra, forte, aos bombeiros, muito rapidamente, para garantir que conseguem responder às duas crises que estamos a sofrer: a pandemia de covid e, ao mesmo tempo, os incêndios, que continuam a ser um problema em Portugal”, afirmou.
Em declarações aos jornalistas em Tondela, depois de ter visitado Mouraz e Dardavaz, duas localidades afetadas pelos incêndios de outubro de 2017, Catarina Martins disse esperar “que este orçamento suplementar sirva para dar capacidade aos bombeiros”.
“Os bombeiros, para todas as épocas em que o incêndio é mais grave, preparam equipas especiais”, referiu, lembrando que, este ano, “começaram a preparar equipas especiais antes para responder à pandemia”.
Tal significa que “as corporações de bombeiros estão com custos acrescidos da resposta à pandemia” e “têm de ter a capacidade também de responder aos incêndios”, frisou.
Neste âmbito, o BE quer “que, neste Orçamento do Estado, se dê aos bombeiros capacidade para responder a estas duas urgências”.
Catarina Martins disse também que se, por um lado, muitas das populações “ainda não tiveram o apoio para reconstruir aquilo que perderam” em 2017, por outro, “não está a ser feita a reflorestação que era necessária”, continuando a haver programas de ordenamento da floresta com “o eucalipto como espécie prioritária”.
Na sua opinião, neste momento, a população do interior do país está “duplamente fustigada”, porque “aos problemas económicos e sociais da pandemia de covid acrescentam-se os problemas não resolvidos da vaga de incêndios e da destruição de tecido económico que ela provocou”.
“É muito importante que no momento em que o país está, e bem, concentrado no enorme problema da pandemia de covid, não esqueçamos o interior, não esqueçamos a necessidade de proteção do nosso território e não esqueçamos que os incêndios estão aqui outra vez”, frisou.
O BE quer que “os programas que foram lançados para a floresta não sejam abandonados e que sejam revistos”, tendo em conta “o que o observatório de especialistas que foi criado na sequência dos incêndios tem vindo a propor”.
“Isso quer dizer apoiar as florestas para terem outras espécies que não os eucaliptos. Significa o Estado cumprir as suas obrigações também de limpeza dos terrenos e do apoio à limpeza dos terrenos”, sublinhou.