Diana Mendes, a fadista americana com alma portuguesa

Tem alma de fadista. Filha de pais emigrantes, a jovem Diana Mendes, com 18 anos, que nasceu e reside nos Estados Unidos, é uma das vozes mais promissoras do fado.
A jovem fadista, com raízes na região de Seia, Serra da Estrela, onde nasceram os seus pais, viu ser lançado o seu primeiro CD intitulado Xaile das Saudades, numa homenagem à sua avó. Mais recentemente, Diana Mendes esteve na Festa de Verão da Emissora das Beiras, no dia 14 de agosto, na vila do Caramulo, altura em que se encontrava de férias em Portugal.
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Como surgiu este gosto pelo fado?
Quando era mais nova sempre assisti a noites de fados com os meus pais. Depois foi só agarrar uma oportunidade: andava na Escola Portuguesa nos Estados Unidos e eles perguntaram-me se eu queria cantar numa festa mas era para cantar em playback. E eu decidi que ia mas cantar com a minha própria voz. Correu muito bem. A partir daí continuei o meu percurso.
Quando canto sinto que mato saudades de Portugal porque não estou cá, estou nos Estados Unidos. A cantar lembro-me do passado e de pessoas que já cá estiveram e que hoje já cá não estão.
O fado faz-me reviver o passado pois embora seja nova, sempre gostei de ouvir os mais velhos a contarem as histórias do seu tempo.
E o fado tem isso, as histórias mais antigas, e é disso que eu gosto.

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Qual a sua situação escolar atual?
Vou agora entrar para a Universidade para estudar Negócios e Finanças e Música ao mesmo tempo. Nos EUA dá para tirar dois cursos ao mesmo tempo, um maior e outro menor. O maior é de Negócios e Finanças, o menor é de Música. É que eu também canto num coro e estudo música desde os 9 anos de idade.

Para quem nasceu nos Estados Unidos, nota-se que tem facilidade em falar Português.
Sim, o  Português foi a minha primeira língua.  Em casa sempre falámos Português. Os meus pais diziam “em casa fala-se Português, na escola, Inglês”. E assim foi.

O seu primeiro CD foi lançado este ano nos Estados Unidos. Qual o feedback do público?
As pessoas gostaram muito e a sala, que consegue albergar 400 pessoas, estava completamente cheia. Ainda tentámos colocar mais gente mas foi mesmo impossível.
No final, as pessoas disseram-me  para continuar a trabalhar, que gostavam muito do meu timbre e da minha voz e também da maneira como me apresento em palco.
Para mim, o fado não tem que ser sempre melancólico.

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Como se vê no futuro?
Não quero ser uma Mariza nem nada disso, o que eu quero é mostrar a cultura portuguesa. Para mim, o que mais gostaria de fazer, em termos profissionais, era cantar nos grandes palcos para poder “brincar” pois para nós que cantamos, o nosso parque infantil é o palco, é ali que podemos brincar e fazer com os músicos os nossos concertos.
 
Para finalizar, deixe,  por favor, uma mensagem para as pessoas que acompanham o seu percurso e o seu trabalho.
Que não deixem fugir as nossas raízes e que continuem a apoiar os portugueses que ainda têm o gosto de fazer alguma coisa pelo nosso país e pelos nossos emigrantes. Que sorriam, que desfrutem do tempo que têm e que desfrutem do nosso Portugal, enquanto cá estão.

 

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