Discoteca The Day After reabre para apoiar vítimas dos incêndios na região
05.12.2017 |
A discoteca The Day After, em Viseu, vai reabrir exclusivamente no próximo dia 16, sendo a totalidade da bilheteira entregue a instituições e particulares da região afetada pelos incêndios.
A exemplo do que acontecia nos tempos áureos daquela discoteca, as suas quatro pistas de dança vão acolher géneros de música diferenciados, esperando a organização deste evento solidário atrair cerca de três mil pessoas, o que resultaria em 30 mil euros de receita de bilheteira.
A iniciativa, que foi apresentada esta manhã, em conferência de imprensa, intitula-se “The Day After – Uma Noite por Todos”.
José Arimateia, administrador do Grupo Visabeira, disse que a Associação Mutualista do Montepio já ofereceu 20 mil euros para esta causa, montante ao qual se somará o valor conseguido na bilheteira. Caberá à Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões encaminhar depois o dinheiro, conforme as necessidades identificadas.
“Fomos convidar pessoas que trabalhavam connosco há uns anos e algumas figuras públicas, como o José Alberto Carvalho (jornalista) e o Paulo Gonzo (músico), que são pessoas que têm ligações fortes à região”, acrescentou.
A conferência de imprensa de apresentação da iniciativa solidária ocorreu em Sangemil, Lajeosa do Dão, no concelho de Tondela, um dos oito municípios que integram a CIM Viseu Dão Lafões que foram afetados pelos incêndios de 15 e 16 de outubro.
O presidente da Câmara de Tondela, José António Jesus, lembrou que, no seu concelho, as chamas percorreram 180 quilómetros quadrados, tendo destruído 219 primeiras habitações (de um total de quatro centenas, entre primeiras e segundas habitações e casas devolutas) e muitas explorações agrícolas.
O autarca avançou que, no caso de Tondela, as verbas serão encaminhadas para reforçar os apoios aos pequenos agricultores.
José António Jesus frisou que os incêndios “não têm fronteiras” e, por isso, congratulou-se por o Grupo Visabeira olhar “para a região como um todo”.
O presidente da CIM, Rogério Abrantes, disse que os prejuízos “foram avultadíssimos” nos oito concelhos afetados pelos incêndios e “as compensações do Estado não os vão cobrir”, sendo, por isso, muito importante arranjar fundos de outra forma.
Para Pedro Machado, da Turismo Centro de Portugal, “é ainda possível criar factores de atractividade que permitam mudar a percepção do destino do centro de Portugal”.