Mais de uma centena de concelhos de 14 distritos em risco máximo de incêndio
16.07.2020 |
Mais de uma centena de concelhos de 14 distritos de Portugal continental apresentam hoje um risco máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Em risco máximo estão mais de 100 concelhos dos distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Vila Real, Bragança, Viseu, Aveiro, Guarda, Coimbra, Leiria, Castelo Branco, Santarém, Portalegre e Faro.
O IPMA colocou também em risco muito elevado e elevado de incêndio quase todos os concelhos de todos os distritos (18) de Portugal continental.
Segundo o IPMA, pelo menos até segunda-feira vai manter-se o risco de incêndio máximo e muito elevado em muitos concelhos do continente, por causa do tempo quente.
O risco de incêndio determinado pelo IPMA tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo.
Os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.
Na quarta-feira, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) disse que todos os distritos de Portugal continental estão em estado de alerta especial laranja, o segundo mais grave de uma escala de quatro, devido ao elevado risco de incêndio rural.
O estado de alerta especial laranja, que determina o reforço da monitorização e o grau de prontidão do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR), significa que o grau de risco é elevado e que se está numa “situação de perigo, com condições para a ocorrência de fenómenos invulgares que podem causar danos a pessoas e bens, colocando em causa a sua segurança”.
Segundo a ANEPC, estão previstos para os próximos dias uma subida gradual da temperatura máxima, noites tropicais, baixa humidade relativa do ar e vento fraco a moderado.
No aviso à população, a ANEPC recorda que, até 30 setembro, é proibido fazer queimas e queimadas, usar fogareiros e grelhadores em todo o espaço rural, fumar ou fazer qualquer tipo de lume nos espaços florestais, lançar balões de mecha acesa e foguetes e fogo-de-artifício.
A Proteção Civil refere ainda que é proibido fumigar ou desinfestar apiários e usar motorroçadoras, corta-matos e destroçadores nos dias de risco máximo de incêndio.
Durante esta semana, segundo o IPMA, a temperatura máxima deverá variar entre 30 e 35 graus Celsius no litoral, devendo atingir valores entre 35 e 40 graus nas regiões do interior.
Também a temperatura mínima apresenta tendência para uma subida gradual, com valores que deverão ser superiores a 20 graus em grande parte do território continental, em especial no interior e no sotavento algarvio, e que são classificadas como noites tropicais.
De acordo com o IPMA, os valores de temperatura estão acima do habitual para a época do ano e esta persistência poderá levar a uma situação de onda de calor em diversos locais do país, em especial no interior.
Na origem do tempo quente está um “anticiclone localizado a nordeste dos Açores, que se estende em crista até ao Golfo da Biscaia, em conjunto com um vale depressionário desde o norte de África até à Península Ibérica, origina o transporte de uma massa de ar quente do norte de África a qual será responsável pela persistência de valores elevados de temperatura ao longo da semana”.