Mangualde: Câmara aprova orçamento de 32 ME
04.12.2023 |
A Câmara de Mangualde aprovou um orçamento de 32 milhões de euros para 2024, cerca de menos três milhões comparativamente a 2023, apesar do “brutal aumento das taxas de juro”, que implicam um acréscimo de 123% nas despesas.
“A execução do orçamento e Grandes Opções do Plano obriga a rigor e a um compromisso responsável, por forma a garantirmos uma sustentabilidade financeira e superarmos os desafios de um futuro próximo”, afirmou o presidente da autarquia, Marco Almeida (PS), convencido de que assim conseguirá “um concelho mais forte e com maior qualidade de vida”.
O orçamento foi aprovado sem os votos contra dos vereadores da oposição, que desta vez se abstiveram, contrariamente ao que acontecia desde há nove anos.
Educação, Água e Saneamento, Resíduos, Famílias e Ação Social foram as áreas que ficaram com a maior fatia das Grandes Opções do Plano.
Segundo a autarquia, “os investimentos nas redes de abastecimento de água, saneamento básico e tratamento de resíduos, nomeadamente a conclusão da ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) de Cubos, absorvem uma verba de cerca de três milhões de euros”.
“Na Educação, serão aplicados mais de dois milhões de euros, nomeadamente na recuperação e adaptação de edifícios escolares, apoio ao funcionamento das escolas, planos de combate ao insucesso escolar, prolongamento de apoio letivo e às famílias, aos alunos com necessidades educativas especiais e transporte escolar”, acrescentou.
Marco Almeida explicou que, à semelhança do que aconteceu em 2023 e com o intuito de ajudar as famílias, a aplicação da taxa mínima do IMI vai manter-se nos 0,3%, o que levará a uma menor receita.
“Sabemos que entra menos meio milhão de euros nos cofres do município, mas foi uma opção, porque queremos dar mais condições aos munícipes face ao contexto socioeconómico que vivemos”, justificou.
Para a reabilitação das vias municipais ficou destinada uma verba superior a um milhão de euros.
“A aposta na eficiência energética nos edifícios públicos irá contribuir para reduzir ainda mais os custos e conseguir dar uma maior qualidade de resposta aos munícipes”, considerou o autarca, aludindo à reabilitação das piscinas municipais e do centro de saúde.
Marco Almeida admitiu que o orçamento deixa “pouca margem de manobra para outras obras necessárias no concelho”.
No entanto, salientou que houve “o cuidado de prever investimentos nas Grandes Opções do Plano, através das oportunidades dos fundos comunitários — Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e Portugal 2030 -, nomeadamente na habitação, construção da zona industrial e central de camionagem, regeneração urbana, gestão da água, revitalização e digitalização dos operadores económicos, entre outros”.
Na elaboração do próximo orçamento, o autarca espera também ter a participação dos vereadores da oposição (PSD/CDS e Chega).
“Entendo que devemos ouvir e discutir todos os contributos, em nome do futuro de excelência que pretendemos”, afirmou.
O orçamento vai ser votado na Assembleia Municipal no dia 20.