MUAP surpreendido com decisão do Tribunal de Viseu

13.06.2017 |

O MUAP – Movimento de Utentes das Águas do Planalto ficou surpreendido com a anulação, pelo tribunal de Viseu, do processo em que o Ministério Público acusou dirigentes (ex-autarcas) e um funcionário da Associação de Municípios da Região do Planalto Beirão de se terem apropriado, indevidamente, de cerca de quinhentos mil euros.
Segundo o MUAP, “um magistrado do Ministério Público, decidiu investigar o caso e apurou então que ao longo dos anos foram gastos, em proveito próprio de um conjunto de autarcas, centenas de milhares de euros de todos nós consumidores de água”.
Entre estas verbas constam férias em família no Brasil, no Algarve, na Figueira da Foz, almoços em família, combustível para carros próprios, pneus para um carro particular de marca BMW, senhas de presenças em reuniões onde não estiveram presentes, deslocações em viaturas próprias não documentadas como sendo em serviço, entre muitas outras situações.
E, “quando tudo parecia minimamente encaminhado para que pudesse ser feita justiça, eis que o tribunal de Viseu veio rejeitar toda a acusação do Ministério Público contra estes prevaricadores”
Desiludido, Luís Figueiredo do MUAP disse, em entrevista à Emissora das Beiras, que “basta de incompetência política e judicial”.
No entanto, relativamente a este processo, “o MUAP nada mais pode fazer”.
“Não sabemos se o Ministério Publico irá recorrer da decisão do Tribunal de Viseu, ou se reformulará a acusação, ou se, como já fez outro magistrado do mesmo Ministério Público, venha a dizer que está tudo bem e que os autarcas podem roubar sem que isso seja considerado um crime e como tal venham a ser julgados”, afirmou.
Entretanto, “à custa do que todos nós pagamos pela água que consumimos, os lucros da Águas do Planalto continuam imparáveis, aproximando-se, em 2016, dos 2 milhões de euros”, disse.
Para Luís Figueiredo, “foram estes autarcas que o tribunal de Viseu se recusou a julgar, que levaram a esta situação, mas são igualmente responsáveis os actuais presidentes das câmaras de Tondela, Santa Comba Dão, Mortágua, Carregal do Sal e Tábua, que, ao longo do último mandato, sempre se colocaram ao lado da Águas do Planalto, defendendo a legitimidade dessa empresa para continuar a explorar não apenas a água mas os consumidores que somos todos nós”.
Nesse sentido, o MUAP apela expressamente a todos os cidadãos destes concelhos para que nas próximas eleições autárquicas, ao exercerem o seu direito de voto, tenham em conta todos estes factos.

 

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