Presidenciais: pandemia marca debate radiofónico entre candidatos

18.01.2021 |

A pandemia foi um dos temas que marcou o debate de duas horas entre os seis candidatos (Ana Gomes, Marisa Matias, Marcelo Rebelo de Sousa, Tiago Mayan Gonçalves, Vitorino Silva e João Ferreira), que teve transmissão simultânea na Antena1, Rádio Renascença e TSF, também transmitido pela Emissora das Beiras, e que foi moderado por três jornalistas.

O Presidente da República e recandidato considerou que o Governo não previu a terceira vaga da pandemia de Covid-19 e afirmou que, se for necessário, será utilizada a requisição civil de meios de saúde privados.

Marcelo Rebelo de Sousa participou esta manhã num debate radiofónico entre seis candidatos a Presidente da República (sem André Ventura, que recusou participar), que será o último antes das eleições do próximo domingo.

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O Chefe de Estado antecipou um agravamento da pandemia em Portugal, indicando que se prevê, “para sexta-feira desta semana, qualquer coisa como 700 a 800 internados em cuidados intensivos, ao ritmo de 10, 11, 12, 13 mil casos por dia, e cerca de cinco mil, entre 4.800 e cinco mil internados”.

Marcelo Rebelo de Sousa assinalou igualmente que este confinamento é diferente daquele que vigorou no início da pandemia, desde logo porque as fronteiras estão abertas, e a economia está menos restrita, salientando que o Governo tem tentado “um equilíbrio” para controlar a crise económica e a pandémica.

Ana Gomes salientou que “não banalizaria o estado de emergência” e teria “reforçado a mão do Governo na negociação com os privados”.

A candidata apoiada por PAN e Livre defendeu a requisição civil de meios privados para fazer face à situação de rutura dos hospitais, e também o recurso aos meios das Forças Armadas, mas salientou que o Serviço Nacional de Saúde deve ser “devidamente financiado”.

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No que toca às mais recentes medidas decretadas pelo Governo para combater a pandemia, Ana Gomes apontou que “muita gente não está a perceber” que a situação é “limite”, pois não estão a cumprir o dever de recolhimento, mas criticou também que os equipamentos culturais estejam fechados enquanto, por exemplo, os serviços religiosos continuam permitidos.

Tiago Mayan Gonçalves criticou a “tômbola de exceções” às medidas e defendeu a necessidade de “melhorar a oferta de saúde” também no que toca a doentes com outras patologias além da Covid-19, através da contratualização com o setor privado.

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Vitorino Silva, por seu turno, notou que “o povo foi mandado para casa” e que, por isso, está a fazer campanha através da Internet, criticando os restantes candidatos por continuarem com ações de rua.

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João Ferreira contrariou o adversário Vitorino Silva, salientando que “há muito povo que está a trabalhar todos os dias”, e pediu o reforço do rastreio.

Apontando que o próximo Presidente tem de “pensar no relançamento do país”, o candidato comunista defendeu que o futuro deve ter “novas bases”, e atirou a receita comunista: reforço do SNS e valorização do trabalho e da produção nacional.

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Também Marisa Matias quis defender-se, advogando que os candidatos “têm obrigação de fazer a campanha cumprindo as normas” e “dar o exemplo”, tendo criticado André Ventura por não ter comparecido no debate.

A candidata apoiada pelo BE voltou a defender o reforço do SNS e alertou para a situação dos trabalhadores precários, apontando que estão entre os mais afetados pela pandemia, salientando que as pessoas “precisam de apoios” para poderem confinar-se.

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Os candidatos foram unânimes na exigência de mais apoios para a sociedade e a economia, e alertaram para a situação nos lares.

As eleições presidenciais, que se realizam em plena epidemia de Covid-19 em Portugal, estão marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.

A campanha eleitoral começou no dia 10 e termina em 22 de janeiro. Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).

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