Psicólogos têm papel preponderante no apoio às vítimas dos incêndios
09.11.2017 |
Apagados que estão os fogos, e passado quase um mês do grande incêndio que assolou a região e que provocou 45 mortos e cerca de 70 feridos, perto de uma dezena dos quais graves, o apoio psicológico às vítimas continua a revelar-se de grande importância.
De visita ao Centro Social do Tourigo IPSS, no concelho de Tondela, esteve, esta quarta-feira, o Bastonário da Ordem dos Psicólogos, que reuniu com alguns elementos da direcção da Instituição e com a nova vereadora da acção social do Município de Tondela, Sofia Simões Ferreira.
Francisco Miranda Rodrigues, em entrevista à Emissora das Beiras, enalteceu o esforço que tem sido feito no terreno, em especial no concelho de Tondela, num cenário de pós-incêndio.
O Bastonário da Ordem dos Psicólogos avisa que, nesta fase, não se pode negligenciar a ajuda e o apoio psicológico às populações. Francisco Miranda Rodrigues mostrou-se, ao mesmo tempo, apreensivo em relação ao futuro próximo tendo em conta que “este tipo de traumas pode chegar a demorar meses e até anos a ultrapassar”.
Ainda no início da semana, a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) anunciou que as equipas de psicólogos que trabalham nos concelhos das regiões Dão Lafões e Pinhal Interior Norte que foram afetados pelos incêndios de outubro serão reforçadas.
Este reforço, que será imediato e temporário, acontece no âmbito de um protocolo de colaboração celebrado entre a ARSC e a União das Misericórdias Portuguesas (UMP).
“O protocolo prevê a disponibilização de cinco psicólogos, a integrar nas equipas de saúde pública e saúde mental, perfazendo um total de cerca de 50 horas semanais”, explica a ARSC, acrescentando que vão colaborar as misericórdias de Arganil, Galizes, Lousã, Penacova, Tábua, Vila Nova de Poiares e Carregal do Sal.
Segundo a ARSC, o protocolo, que também prevê a colaboração de assistentes sociais e fisioterapeutas, vai vigorar até ao final do ano e, nessa altura, será reavaliado.