Tondela: CPCJ implementa plano com base na auscultação dos mais novos
22.04.2022 |
O presidente da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Tondela disse que vai ser implementado um plano que teve como base a auscultação dos mais novos que se queixam de não serem ouvidos.
O presidente da CPCJ de Tondela, Márcio Santos, acrescentou que o lamento lhes chegou “dos mais diversos contextos, desde o familiar, porque acham que os pais não os ouvem, ao escolar, onde têm de cumprir as regras, mas ninguém ouve a sua opinião e sugestões, não são tidos nem achados”.
Esta auscultação serviu para elaborar o Plano Local de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens, inserido no Projeto Adélia, que é de cariz nacional e irá para o terreno agora, por um período de quatro anos, foi apresentado aos responsáveis esta quinta-feira.
“Somos das primeiras CPCJ a ir para o terreno implementar o plano que foi desenvolvido nestes últimos dois anos e que passou pela auscultação das crianças e jovens, das famílias, instituições e entidades do território” de Tondela, sublinhou.
Com uma média de 60 casos sinalizados ao ano, Márcio Santos afirmou que “o número não tem vindo a aumentar, mas tem vindo a alterar a tipologia dos casos” e, “se há uns anos a violência doméstica não estava nos principais casos, agora é a principal sinalização”.
“Está a aumentar, sobretudo neste contexto de pandemia, com as famílias em casa, em que foi bastante evidente e a maior parte dos casos chega-nos pelas autoridades policiais. Mas há outro que nos começa muito a chegar também, que é a questão da exposição dos menores nas redes sociais e do contacto com os adultos”, alertou.
Por isso, justificou, o plano local também incide “em trabalhar a comunidade e as crianças e jovens a montante para que no futuro apareçam os resultados”, na perspetiva de “ser a própria comunidade a se autorregular”.
