Verdes preocupados com poluição no Rio Dão

16.11.2016 |

O Deputado José Luís Ferreira, do Grupo Parlamentar Os Verdes, entregou na Assembleia da República uma pergunta em que questiona o Governo, através do Ministério do Ambiente, sobre as ações de monitorização e que avaliações analíticas têm sido feitas às águas rejeitadas pela ETAR de Alvarelhos, uma vez que há vários anos que a população local se queixa da qualidade das águas que são rejeitadas na ribeira, a cerca de 30 metros desta infraestrutura. Os Verdes verificaram in loco que no local de descarga dos efluentes é notória a diferença entre as águas rejeitadas pela ETAR e as águas transportadas pela própria ribeira a montante.
O Partido Ecologista Os Verdes visitou, no passado dia 27 de outubro, a Estação de Tratamento de Águas Residuais, localizada entre as povoações de Alvarelhos e de Travanca de São Tomé, em Carregal do Sal, uma infraestrutura cuja construção data da década de 90.
O grupo parlamentar Os Verdes anunciou ainda ter questionado o Ministério do Ambiente sobre a rejeição dos efluentes provenientes de Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de origem doméstica e industrial do concelho de Tondela.
Na pergunta que o deputado José Luís Ferreira entregou na Assembleia da República pode ler-se que o partido ecologista Os Verdes visitou recentemente, na freguesia de Santiago de Besteiros, “a ribeira das Mestras, também conhecida por rio Tabuaça, curso de água onde são rejeitados efluentes de pelo menos três ETAR de origem doméstica e industrial”.
“O rio Tabuaça, que integra a bacia hidrográfica do rio Dão, chegou a ter, de acordo com o relato da população, grandes quantidades de peixes que hoje são praticamente inexistentes, devido aos efluentes que têm ao longo dos anos sido rejeitados neste curso de água”, lamenta.
Os Verdes referem ter constatado no local que, “após a rejeição dos efluentes provenientes da ETAR ZIM (zona industrial) Lagedo, localizada a cerca de 150 metros da ribeira das Mestras, a água ficou acinzentada e passou a apresentar uma espuma branca à superfície que se alastrou pela respetiva ribeira”.
“Tendo em consideração que a ETAR, destinada a tratar as águas residuais da zona industrial do Lagedo, é de construção muito recente, ou seja, foi inaugurada em 2011, torna-se incompreensível que não observe as normas mais atuais para o tratamento de efluentes e que estes banhem a ribeira com um manto de espuma branca e tornem a água opaca”, considera.
Segundo Os Verdes, “a jusante, a cerca de 700 metros do local desta descarga, foi também possível observar que as águas rejeitadas por um matadouro de aves, embora não se constatasse qualquer odor, estavam envolvidas de um manto gorduroso, que se diferenciava nitidamente das águas da ribeira das Mestras”.
Neste âmbito, o grupo parlamentar quer saber “quantas licenças, na última década, foram emitidas para a rejeição de águas residuais na ribeira das Mestras/rio Tabuaça”.
Os Verdes querem também respostas relativamente à situação das águas residuais da ETAR da zona industrial do Lagedo e saber “que medidas estão previstas para melhorar a qualidade das águas desta ribeira e, consequentemente, do Rio Dão”.

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